Fertilização In Vitro

O que é?

A FIV como é mais conhecida, ou Fertilização In Vitro é o tratamento da Reprodução Humana que possibilita as melhores taxas de sucesso. É um tratamento de alta complexidade, porque parte do tratamento é feito em Laboratório de Fertilização. Na FIV se lança mão de um estímulo hormonal em doses mais altas, com o intuito de estimular o crescimento do máximo de folículos possíveis, de acordo com a reserva ovariana de cada mulher, para que se consiga um número significativo de óvulos, e consequentemente de embriões.

Para quem está indicada?

Se indica FIV quando se tem falhas nos tratamentos de baixa complexidade, quando se tem uma baixa reserva ovariana associada a idade da mulher mais avançada, sobretudo acima de 38 anos. São também indicações precisas para FIV: obstrução tubárea ou mau funcionamento das trompas uterinas, fator masculino grave, uma oligozoospermia mais importante que seria uma quantidade de espermatozóides inferior a 5 milhões por ml. Outras indicações frequentes de FIV: Endometriose em grau avançado e quando se deseja fazer análise genética dos embriões. Também é uma opção para casais homoafetivos masculinos e femininos.

Como são as medicações?

Na FIV as medicações utilizadas para estímulo ovariano são as gonadotrofinas injetáveis, que podem ser naturais (proveniente da urina de mulheres menopausadas) ou recombinantes (feitas por engenharia genética). Aqui, utilizamos doses bem maiores do que na inseminação, porque o intuito é que cresça um maior número de folículos. Uma diferença na FIV é que devido ao crescimento mais acentuado dos folículos, precisamos utilizar medicações para bloquear uma ovulação precoce, e estas podem ser orais ou injetáveis, a serem determinadas pelo médico no início do planejamento do tratamento. Quando os folículos maiores atingirem o tamanho maduro se aplica a 3ª. medicação que é para deflagar a ovulação (Trigger) e se programar a coleta dos folículos após 36 horas.

Como funciona o acompanhamento?

Saiba o passo a passo da FIV:

1. Início do estímulo: Como nos outros tratamentos, tudo começa no 1. dia da menstruação se fazendo um ultrassom transvaginal para avaliação do endométrio e dos ovários, bem como a contagem dos folículos antrais, que podem mudar de um mês para outro de acordo com as ondas foliculares. Estando tudo certo se inicia as medicações gonadotrfinas, que durarão em torno de 10 dias de aplicações. Neste período se fará o monitoramento do crescimento dos folículos através do controle ultrassonográfico.
2. Dia do antagonista ou do início do bloqueio: Nos protocolos mais utilizados, se entra com uma 2ª. medicação quando os folículos começam a crescer e atingem entre 13 e 14 mm, justamente para evitar uma ovulação espontânea e precoce. Existem alguns protocolos que este bloqueio é iniciado antes do início do estímulo e outros que é iniciado junto com o estímulo hormonal.
3. Dia do trigger: é o dia que se entra com a 3ª. medicação, para agora sim deflagar a ovulação, quando os folículos maiores atingirem o tamanho de 18 a 20 mm.
4. Dia da captação dos óvulos: se agenda a coleta dos folículos e captação dos óvulos 36 horas depois do trigger. Este procedimento é feito sob anestesia (sedação).É importante lembrar que nem todos os folículos coletados conterão óvulos, sendo a média de 70 a 80%.
5. Coleta dos espermatozóides: no mesmo dia da captação dos óvulos se faz a coleta de sêmen que serão preparados e selecionados os melhores espermatozóides após um procedimento de processamento seminal.
6. Fertilização e ICSI: após coleta de ambos os gametas, a embriologista fará a injeção dos espermatozóides dentro de cada respectivo óvulo, procedimento que chamamos de ICSI. Algumas horas após saberemos quantos óvulos foram fertilizados, sendo uma média de 80% de taxa de fertilização.
7. Cultivo embrionário: após a fertilização, os embriões serão acompanhados no dia 2, e 3. Alguns casos os embriões podem ser transferidos para o útero ou congelados no 3. dia de desenvolvimento. Mas na maioria das vezes se acompanha no Laboratório até o 5. Dia para aumentar a seleção dos melhores embriões, estágio este que chamamos de Blastocisto. Neste dia pode-se se fazer biópsia dos embriões para análise genética ou não e também pode-se se fazer a transferências dos embriões no mesmo mês do estímulo ou se congelar para se transferir em meses subsequentes. Estas decisões são individualizadas baseadas na avaliação de caso a caso.
8. Transferência dos embriões: é o procedimento final da FIV, também realizado no Laboratório, mas sem a necessidade anestesia. A partir daqui, vai depender da qualidade do embrião e da interação do embrião com o endométrio para ocorrer ou não a implantação do mesmo e a confirmação da gestação, que deve ser feita após 9 dias se for feita em estágio de blastocisto (5. Dia) ou após 11 dias se foi feita no 3. Dia.

Quais são as taxas de sucesso?

As taxas são muito variáveis de acordo com a idade e a reserva ovariana de cada paciente, mas a chance média de gravidez por FIV é de 40 a 45%, podendo chegar até 60% para casos de bom prognóstico ou que se tenha a biópsia indicando ser um embrião euplóide (cromossomicamente normal).

O tratamento engorda?

Não. Já existem estudos que avaliam a ação dos hormônios no organismo da mulher. São medicações altamente seletivas para os ovários, e apesar de serem em doses altas, o tempo do tratamento é curto, em torno de 10 dias.
Fica algum efeito ou “sequela” pelo uso das medicações hormonais ?
O que os estudos evidenciaram é uma pequena retenção hídrica no mês de tratamento, fazendo com que se ganhe em torno de 300 gramas, mas que é totalmente absorvido no mês seguinte ao tratamento.

Vantagens da FIV:

Maior efetividade do tratamento, com melhores chances de gravidez e também fornece a possibilidade de se congelar embriões excedentes para uma 2ª. possibilidade de gravidez. É o único tratamento que possibilita otimizar as chances para os casos mais avançados.

Desvantagens:

O custo do tratamento é mais elevado, apesar de que este custo vem caindo ao longo dos anos, ainda é um valor considerável.